Volkswagen Scirocco: a volta do mito

Um sucesso do passado está prestes a renascer. Apresentado como IROC no Salão de Paris dois anos atrás, o Scirocco deve ganhar as ruas em breve. A data de sua estréia ainda é uma incógnita, mas o lançamento de um site teaser do modelo (veja aqui) pode ser uma pista, especialmente com a proximidade do Salão de Genebra. Caso o debute se confirme, não será por acaso, já que o seu antecessor foi exibido na mesma cidade suíça, 35 anos atrás.

Apesar do nome, o futuro Scirocco em nada lembra o coupé homônimo de 1974. Criado por Giorgetto Giugiaro para substituir o igualmente belo Karmann Ghia, o carro nasceu de uma negativa da própria Volkswagen, que considerou o projeto como inviável. O italiano então recorreu à Willhelm Karmann, então fabricante de carrocerias especiais, que deu início à produção do veículo.

Não demorou muito para que os motores de 1,1 e 1,5 litro fossem substituidos pelo potente 1,6 litro de 110 cv criado para o Audi 80 e adotado na primeira geração do Golf GTI. O Scirocco, nome de um vento (uma tradição no batismo de produtos da marca; vide Passat, Santana e Bora) que sopra no deserto africano, teve duas gerações em seu país de origem e chegou a ser testado por aqui, mas acabou apenas servindo de inspiração para as linhas de um certo hatchback chamado Gol...

Mas, voltando para os tempos atuais, o Scirocco segue a cartilha de um verdadeiro esportivo. As formas são agressivas e dinâmicas, com uma enorme (e intimidadora) grade frontal em forma de boca. O pára-brisa inclinado e a baixa posição de dirigir, combinada com a boa estabilidade dos carros de Wolfsburg, devem satisfazer os motoristas sedentos por uma tocada mais nervosa.

E para não decepcioná-los, a VW deve fazer bonito ao optar pelo motor de 2-litros equipado com turbo e compressor, que gera mais de 200 cv. Aliás, cabe elogiar a postura da Volks, uma das poucas fabricantes que sempre desprezou os chamados esportivos "de fachada", inclusive no Brasil.

Com o Scirocco, a Volkswagen espera dar mais um importante passo no processo de "elitização" da marca, mostrando ao mundo que sabe fabricar veículos de alto luxo e performance e não apenas populares. Passat e Touareg já deram mostras do que podem fazer, arrebatando prêmios de qualidade e conquistando o voto de clientes e da imprensa especializada mundial. Agora, é a hora de reafirmar a veia esportiva sempre associada à sigla GTI, desta vez em um legítimo puro-sangue.

Até a próxima!

Vitor