Avaliação: Volkswagen Polo Sedan

Hoje em dia, poucas opções oferecem qualidade a um preço justo. Felizmente, ainda há raras exceções ao alcance do consumidor, e a linha Polo é uma delas. Lançado no país em 2002, poucos meses após sua estréia na Europa, o hatchback inaugurou o segmento de compactos premium, com uma construção esmerada e que remete ao seu “irmão” mais velho Golf. Mas o design acanhado, com faróis semelhantes ao Mercedes-Benz Classe E, impediu que o carro decolasse.

Entretanto, tudo mudou em setembro de 2006, quando a Volkswagen trouxe para cá a reestilização realizada no Velho Continente. Além de itens inéditos na categoria, como o sensor de estacionamento traseiro, o desenho mais esportivo agradou em cheio. Não demorou muito para que o hatch e, principalmente, o sedan superassem as expectativas de vendas da própria marca. Diante do sucesso, o Motor Haus avaliou a versão três-volumes para descobrir se tamanho êxito realmente é justificável.

A primeira impressão é positiva. As novas linhas fizeram bem ao carro, deixando-o com um ar mais elegante e imponente, especialmente por conta dos novos faróis e lanternas. A dianteira exibe a tradicional grade em “V”, marca registrada da VW, enquanto que a traseira ganhou um discreto aerofólio que, apesar de sutil, contribui para um visual esportivo. No geral, o Polo Sedan lembra modelos maiores da marca, como o Jetta.

Mas é por dentro que a denominação “premium” se justifica. O nível de acabamento é superior ao de todos os seus concorrentes diretos (e até mesmo dos indiretos, como o Honda Fit), com materiais de boa qualidade nas portas e painel. A preocupação é tamanha que até os porta-objetos espalhados pelo habitáculo possuem um revestimento emborrachado para minimizar eventuais ruídos. O bom acabamento estende-se também ao porta-malas de 432 litros e a sensação de requinte aumenta ainda mais com os bancos revestidos em couro bege, como no exemplar avaliado.

O painel exibe linhas simples, porém belas, como reza a cartilha alemã. Novamente, os pequenos detalhes fazem toda a diferença, como a iluminação azulada e o charmoso porta-copos localizado próximo ao passageiro. O lado racional do Polo Sedan é reforçado até por itens invisíveis a olho nu, como a tecnologia de solda a laser, que garante maior durabilidade à carroceria, e as chapas de espessura variável, recurso que contribui com a eficácia das zonas de deformação programáveis.

Mas não pense que o carro dispensa o lado emocional. A combinação motor e câmbio é feliz, “culpa” da ótima transmissão MQ-200, a mesma utilizada no Fox e Golf. Os engates são macios e precisos, e possibilitam tanto uma condução tranqüila quanto uma tocada mais esportiva, como comprovamos durante um test-drive nas ruas da zona oeste da capital paulista. Apesar dos 101/103 cv, o propulsor de 1,6 litro tem respostas rápidas e é esperto em baixas (e altas) rotações.

Defeitos? O espaço para os ocupantes do banco traseiro não é dos melhores, especialmente para o passageiro do meio, e o capô não é mais sustentado por um amortecedor a gás, que cedeu espaço para a arcaica vareta. É fato que este texto pode até parecer um pouco tendencioso ao enaltecer tantas virtudes e destacar poucas deficiências, mas não há muito o que fazer. Afinal de contas, o Polo Sedan é um ótimo carro.

Até a próxima!

Vitor