domingo, 20 de janeiro de 2008

20 de Janeiro: Dia Nacional do Fusca



Um mito, uma lenda. Independente do que digam por aí, não há como contestar a importância do Fusca em nossas vidas. É praticamente impossível encontrar alguém que não tenha uma passagem memorável a bordo do simpático besouro, talvez um dos poucos veículos que provoque reações das mais diversas. Há, evidentemente, aqueles que torcem o nariz para o compacto, mas a maioria das pessoas esboça um largo sorriso ao ver um deles.

Projetado na década de 30 por um então desconhecido Ferdinand Porsche, o Käfer foi apresentado aos alemães sob o nome de KdF-Wagen e era a proposta de transporte pessoal aos trabalhadores, que podiam adquirir o carro em um sistema de pagamento semelhante ao consórcio. A Segunda Guerra Mundial forçou a adaptação da linha de montagem, modificada para a fabricação de veículos militares como o Schwimmwagen, com aptidões anfíbias.

Em 1945, logo após o confronto que devastou todo o território germânico, a planta da Volkswagen foi rapidamente reconstruída por conta da urgência na fabricação de automóveis para os órgãos públicos. A produção só seria completamente normalizada no final da década de 40. O ano de 1953 marcou a primeira mudança marcante de estilo, com a substituição das janelas divididas (split-window) por uma vigia oval. Inúmeras alterações foram incorporadas nas décadas seguintes até o dia 19 de janeiro de 1978, quando os alemães encerraram a produção do Käfer, 16.255.500 unidades depois. Mas a história do valente carrinho não acabaria por aí.

Muitos países ainda fabricavam o Fusca, e assim continuariam a fazê-lo por muitos anos. Entre eles, destaque para duas nações do continente americano: México e Brasil. Por aqui, as primeiras unidades do veículo – ainda importadas – desembarcaram em 1950, mas foi em 23 de março de 1953 que a VW fincou suas raízes por aqui definitivamente. Não demorou muito para que o Fusca (apelido dado pelos cariocas e sua pronúncia peculiar da palavra Volks, “povo” em alemão) assumisse o posto de carro mais vendido do país e já na década de 70, um em cada dois veículos vendidos no Brasil levava a insígnia VW no capô.

Quase quarenta anos após o seu lançamento em terras tupiniquins, o Fusca se despedia para ceder lugar à nova aposta da fabricante alemã, batizada de Gol, lançado no início da década de 80. O adeus marcou a indústria automobilística nacional a ponto de até mesmo os concorrentes prestarem reverência a um carro tão marcante.

Mas eis que, em 1993, o então presidente Itamar Franco fez um pedido inusitado aos diretores da VW: meses depois, o Fusca voltou com alterações e componentes provenientes do carro que o substituíra anteriormente. Por aqui, o carro durou até 1996, quando as cortinas se fecharam definitivamente. Mas a legião de fãs não ficou órfã de seu maior ícone, já que os mexicanos trataram de manter a lenda viva até 2003.

Certa vez, a renomada revista Time classificou o Fusca como um “membro da família que dormia na garagem”. E parece não haver definição mais adequada para um veículo tão carismático e marcante quanto este besouro. Um carro presente até hoje na memória e no coração de muitos brasileiros.

Até a próxima!

Vitor

1 Comentário:

Blog F1 Grand Prix disse...

Perfeita essa definição da Time! Eu arriscaria dizer que o Fusca foi o carro mais presente na história automotiva do Brasil. Nenhum outro modelo teve tanto impacto e conseguiu se tornar tão popular. Para igualar o Fusca, o Gol ainda precisaria ganhar o título de "mais vendido" outras trinta vezes...

Grande abraço!

Gustavo Coelho

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