domingo, 25 de maio de 2008

Test-drive: Volkswagen Passat V6


Foto: Guilherme Prado

Um soco bem no meio do peito. Essa é a sensação que se tem ao acelerar o Passat V6 4Motion. A versão top de linha do sedan mais luxuoso da Volkswagen no Brasil foi avaliada no Autódromo de Interlagos, durante o primeiro dia do Quatro Rodas Experience, e mostrou ser muito, mas muito mais do que um rostinho bonito.

A grande virtude do Passat é sua capacidade de adaptar-se ao estilo de condução do motorista. O sedan pode ser guiado com suavidade ou em uma tocada mais esportiva; tudo depende da vontade (e da força no pé direito) do motorista. Caso a sua escolha seja pela segunda opção – a mesma deste que vos fala –, a tecnologia dá uma mãozinha. Recursos como as trocas de marcha no modo “Sport” e o sistema Tiptronic de seis velocidades, controladas pelas divertidas borboletas situadas atrás do volante, são apenas alguns charmes.

Apesar de não ser um estreante em Interlagos, o nervosismo é inevitável. Grande parte da primeira volta é destinada para a familiarização com a máquina. Se por um lado a Saída dos Boxes foi percorrida em baixa velocidade – cerca de 60 km/h –, bastou um leve toque no acelerador para o corpo colar imediatamente no confortável banco de couro. É essa a hora em que o motor de 3,2 litros e seis cilindros dispostos em “V” mostra do que é capaz.

Mesmo com a transmissão automática, a Reta Oposta é devorada rapidamente, e logo estamos a 120 km/h. “Culpa” do eficiente sistema DSG (Double Shift Gearbox, que conta com duas embreagens que desengatam as marchas descendentes ao mesmo tempo em que engatam as ascendentes). Duas reduções depois (prontamente seguidas por um urro do motor digno dos esportivos de alta performance), a Curva do Lago é contornada e entramos no Laranjinha a 100 km/h. As duas seções seguintes – Pinheirinho e Bico de Pato – são as mais lentas do circuito, a uma velocidade de 50 km/h. Praticamente um tormento para o nervoso Passat de 250 cavalos de potência.

Mas é no Mergulho que nota-se o traçado irregular de Interlagos. Realizado de pé embaixo, o trecho antecede a veloz Subida dos Boxes. A partir daí, o pedal do meio pode ser esquecido até a chegada do “S” do Senna, que é vencido a 60 km/h. Completada a primeira volta, a sensação de confiança cresce, bem como a coragem para acelerar cada vez mais. Tanto é que na segunda e última volta, o velocímetro já marcava 170 km/h no final da Reta Oposta!

A tração integral nas quatro rodas, batizada de 4Motion, mantém o Passat pregado no chão. O carro não acusou perda de estabilidade em momento algum, mesmo nas curvas mais fechadas. A impressão é de que se está em um carro muito menor (e mais leve) do que um três-volumes de 4,77m de comprimento, tamanha a sua agilidade nas arrancadas e retomadas. Prova disso são os 6,9 segundos necessários para partir da imobilidade e atingir os 100 km/h.

Mas como tudo que é bom dura pouco, chega a hora de se despedir do Passat. Assim que se aciona o sistema Auto Hold – que pode fazer o papel de freio de mão ao simples toque de um botão –, você cai na real. Vai-se o carro, mas fica a doce lembrança de guiar um bólido que não faria feio em nenhuma autobahn germânica. Um legítimo lobo em pele de cordeiro. E que lobo.

Até a próxima!

Vitor

2 Comentários:

Priscilla Bar disse...

Adorei!!!!E aqui,tava vendo os videos ai abaixo:Se vc estropeia um carro desse que que acontece?!Tipo,eu meto o pé no acelerador e se bater em algum lugar?...um leve toque?rs

No mais, fino demais...Esse Passat deve ser tudo...

Vitor disse...

Respondendo seu comentário com muito atraso: se eu detonasse um carro desses, segundo a organização, a bandeira vermelha seria agitada e a equipe de resgate entraria na pista (se necessário).

Depois, provavelmente eu seria intimado a pagar pelos estragos, já que você tem de assinar um termo de responsabilidade em que você se compromete a pagar por qualquer dano, hehehe. Só isso.

Mas é bem difícil de acontecer uma coisa dessas, já que um instrutor de pilotagem vai no banco do carona te acompanhando, e ele dita as regras e tudo mais. Felizmente, nunca houveram acidentes em três anos, hehehe...

Sobre o Passat, é um senhor carro, sem dúvida. Anda muito e não deixa nada a dever para carros mais luxuosos em termos de acabamento e requinte. Dá até para se imaginar numa estrada européia, daquelas bem lisinhas!

Bjos!

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